Ray: "Isso é definitivamente uma grande mudança"

Confira aqui a tradução de mais uma entrevista com o guitarrista, Ray Toro. Feita por Natalie Kuchik, Ray responde sobre a turnê norte americana, sua músicas preferidas e downloads de músicas.
Confira Abaixo

A banda americana de rock, My Chemical Romance (MCR) lançou seu quarto álbum de estúdio, Danger Days: The True Lives of the Fabulous Killjoys, em novembro de 2010, que marcou a primeira 'completa liberdade' do MCR desde seu álbum de 2006, The Black Parade. Dentro do tempo de quatro anos, My Chemical Romance implacavelmente excursionou por dois anos e meio, deu uma longa pausa para qualquer coisa relacionada à música, criou e demoliu um álbum inteiro, e teve o baterista Bob Bryar afastado da banda.
Na minha entrevista exclusiva com o guitarrista peso pesado do My Chemical Romance, Ray Toro, ele fala o quanto a mídia social mudou desde o lançamento do seu álbum de 2006, The Black Parade, setlist para a turnê The World Contamination, a importância de fazer um álbum sólido sem canções descartáveis, sua opinião sobre as composições de Gerard Way e muito mais.

A maioria dos vídeos do My Chemical Romance são narrativas, mas o vídeo da música Planetary (GO!) é baseada estritamente na performance. Por que vocês seguiram essa rota particular no Planetary (GO!)?
Por várias razões, uma que foi um tempo ruidoso. Nós decidimos no fim de tudo de que precisava de um outro single fora do reino Unido e Europa. Nós estávamos em turnê, mas ainda precisávamos de um vídeo para apoiá-lo, ao qual nos colocasse numa posição sendo limitado o tempo, então tivemos que lutar para colocar um vídeo conjunto.A outra razão, que é por isso que estou feliz por ter dado certo dessa forma, é porque, para mim, realmente, nós nunca fizemos um. O único outro vídeo que é ao vivo seria "Desolation Row", mas somente um pouco porque, sensatamente, nós tocávamos como personagens. Esse vídeo foi filmado para ser do mundo de Watchmen. Sim, é um show ao vivo, mas eles trouxeram em extras para ter certeza de que olhou como que precisando também.Para "Planetary (GO!)" é como todos nossos filhos. Colocamos a idéia online de que iríamos fazer um show, talvez cobrado 5 dólares, tocando um set de meia hora para eles, e assim conseguimos o vídeo.Vocês nos vêem em uma luz diferente, e nossos fãs de uma maneira diferente. Os fãs mostraram a forma que iria ter todos os nossos shows. Realmente, eles são uma parte da criatividade no tema do nosso álbum [Danger Days], arte é uma arma, e todo o mundo killjoy. Nós dissemos para eles aparecerem com seus equipamentos killjoys, mas é realmente legal porque eles aparecem nos shows assim de qualquer jeito.Este vídeo representa muito o que é um show do My Chem hoje em dia. Realmente, é um ótimo lugar de positividade, e as pessoas se juntam para ter um ótimo momento. Eu acho que é importante que as pessoas vejam isso.
Desde que vocês tiraram um longo tempo entre a gravação do album The Black Parade e Danger Days, a decisão do processo de decisão para escolha dos singles mudou?
Quando lançamos "Sing" fizemos isso porque era tão diferente de tudo que tínhamos feito antes. Eu acho que isso foi muito importante para colocar nossos pés no chão e mostrar que a banda é capaz de muito mais do que aquilo que as pessoas pensam, e que a banda evoluiu. As letras são muito importantes, especialmente com a que está acontecendo hoje. de uma maneira grande e vital, a música "Sing" tornou-se quase um hino para muitas pessoas. É uma canção muito inspiradora.Com tudo que acontece no Egito e Líbia, se você escuta a canção parece falar sobre o que está acontecendo nesses lugares. Com certeza, aquilo já estava acontecendo, mas ele foi escrito antes de qualquer coisa estar na mídia.É realmente estranho quando eu penso sobre isso, por que a música foi escrita ano passado, e muito do que se fala está se tornando realidade, com pessoas que usam sua voz para falar contra coisas que acham corruptas, ou falam querendo mudança.Isso é importante para nós colocar essa música tão cedo, então as pessoas podem ver que somos capazes e que elas soubessem que somos uma banda diferente agora. A cada gravação, nós gostamos de mudar nosso estilo, e mudar o processo de composição das músicas. É sempre diferente para nós, que nos mantém sobre nossos pés, e faz isso tudo interessante para os fãs.
Desde o lançamento do The Black Parade, a mídia mudou muito com o quanto as bandas interagem com os fãs, e Twitter e Facebook principalmente no lugar do MySpace. É algo que vocês se envolveram com o passar dos anos, ou vocês entraram neles no Danger Days quando estava sendo realizado?
A banda sempre usou a internet desde o começo. Quando começamos a sair por volta de 2001, nos esforçamos para colocar uma página juntos. Eu aprendi sozinho como fazer websites por um software pirata chamado Dreamweaver, que eu usei para colocarmos nosso primeiro site. Eu coloquei online, comprei o domínio do nome My Chemical Romance, coloquei o site rapidamente, e nós demos downloads gratuitos.A internet sempre foi importante para nós desde o começo, e definitivamente as coisas se moveram mais rapidamente. Obviamente, a internet coloca algumas coisas fora e ninguém tem acesso à isso, mas agora o imediatismo do quanto as palavras viajam quão rápido é um sopro da mente.Com Facebook, a idéia de postar alguma coisa em seu perfil então todo mundo que te segue podem ver, então todos os amigos deles também podem ver, para mim parece como um trem descontrolado. Definitivamente, é importante utilizar estas ferramentas, mas também não é importante demais.Com o Twitter, a única coisa que me irrita é quando as bandas ou celebridades usam isso como uma muleta. Eles não estão produzindo nada, fazendo filmes, arte ou música, mas eles usam o Twitter para manter os seguidores. Eu acho que você tem que ser esperto com a maneira de usar, e nós não utilizamos desta maneira. Nós usamos quando queremos também, não porque nós sentimos a necessidade de usar.Ambos, Facebook e Twitter, são ferramentas muito importantes e se você ignora isso, vocês é estúpido.
Qual sua opinião sobre os fãs serem exigentes, e esperarem as bandas estarem mais disponíveis para eles lá?
Eu acho que algumas pessoas de fora o fazem procurando-os, porque isso é o que eles têm costumado fazer. Eu acho que isso é um dos problemas e há quase acesso demais. Uma boa parte da mística se foi.Eu acho que há uma linha tênue lá, mas eu realmente gosto de ser capaz de comunicar diretamente com nossos fãs, eu acho que isso é importante. No entanto, eu acho que não devem ser obrigados a fazê-lo como se eu estivesse cronometrando. Existem algumas pessoas que usam dessa forma, e esse tipo me enjoa. Os fãs que realmente pensam nisso é de nossa responsabilidade também, assim fazemos quando queremos muito e não quero que seja um emprego.Para os fãs, você não precisa da gente on lá porque nós sentimos que temos também, porque alguma merda irá ser falada. Nós gostamos de ir lá e expressar nossos pensamentos quando estamos prontos.
Como surgiu o nome The World Contamination Tour?
Tudo começou com uma florescer de idéias sobre disseminar a idéia de que a arte é uma arma, e usar sua criatividade para lutar. A capa do disco e símbolo do cartão de apresentação Killjoys é uma aranha, então dessa forma está dentro da contaminação também.
Você consegue lembrar de um nome favorito de turnê?
The World Contamination é bastante impressionante. Às vezes, eu esqueço que temos um nome de turnê desde que estamos na estrada.Maravilhoso, começamos o lançamento deste álbum no exterior, e o primeiro lugar que fomos foi o Japão. Começamos dois meses atrás, ficamos no estrada durante dois meses, e apenas agora voltamos para LA. É uma loucura dentro de dois meses tudo que tem acontecido no Japão, é uma loucura.É definitivamente uma turnê mundial, lançamos no Japão, Reino Unido e Europa. É interessante ver a expansão do álbum. Os jovens estão pegando o estilo e fazendo o seu próprio, e esta é minha favorita parte. Jovens fazendo os seus próprios, e isso é uma mensagem importante ao longo do álbum.Alguns jovens vêm vestidos [para o show] como estamos nos vídeos, e outros pegam uma diferente direção, levando sua própria arte para expressar sua criatividade. Nós amamos isso, e isto é exatamente sobre o que o álbum fala. Os fãs estão levando isso ao próximo nível, e estou realmente ansioso para ver o que os EUA tem reservado para nós porque não tocamos ainda nenhum show por aqui.Bem, nós fizemos alguns shows em rádios, mas isso foi quando o álbum [Danger Days] saiu, e para mim os shows em rádio não contam realmente porque eles não são nossos shows de verdade. Bom, um monte de jovens lá são seus filhos, mas também há ouvintes aleatórios da rádio que para entrar 'por acaso', compram a entrada, ou ganham um brinde. Definitivamente, é bom estar em um local com nossas crianças, e ter apenas o nosso show. Isso é mais ou menos como nós gostamos.
A última turnê importante do My Chemical Romance foi em 2007, com um longo intervalo entre o começo da The World Contamination Tour. Você notou já alguma mudança na turnê mundial de antes até a de agora?
Na real, nós não notamos qualquer diferença. Nós pegamos a estrada, e começa um momento nostálgico. Sempre que estamos na estrada, temos um monte de lembranças de um monte de lugares que tocamos. Voltamos para vários lugares, e tocar algumas coisas novas.Com relação as pessoas que estão vindo para os shows, o público é muito mais diversificado agora, o que é realmente excitante. Temos visto um novo fluxo enorme de fãs. Muitos dos fãs jovens combinando com os antigos que nós temos.Eu sinto que a banda é passada entre as famílias como um disco empoeirado. Você vê seus pais irem ao show com seus filhos, irmãos e irmãs. Isso é um pouco diferente de quando começamos.
A América do Norte terá a The World Contamination Tour em alguns dias depois de dois meses. Há alguma maneira de preparação psicológica e emocional para uma turnê extensa?
Você meio que tem de ir junto com ele. Felizmente, está programado onde nós temos 3 semanas nela, e então uma semana de folga. o que fizemos foi muito difícil realmente porque estávamos no Japão, não tínhamos uma turnê extensa faz muito tempo, e estávamos além mar. No meio de tudo, Frank (Iero) teve as filhas, e foi a primeira vez que Gerard (Way) estava deixando sua mulher e filha sozinhas em casa. Foi definitivamente um grande ajuste. Honestamente, eu não sei como eles conseguiram. Quando você está no exterior é muito mais difícil de se comunicar, fazer ligações telefônicas e chamadas por vídeo. Metade do dia parece com você tentando encontrar alguma forma de encontrar uma internet para poder fazer uma chamada em vídeo. Você verá caras amontoados em cantos, que é o único ponto pra pegar sinal gratuito de Wi-Fi. Definitivamente, é a tributação.
Não seria a tecnologia uma grande mudança desde a turnê de 2007? Vocês costumam usar video chat?
Sim, com o iPhone e FaceTime, que é uma loucura. Deus abençoe Steve Jobs por trazê-los porque são fodas. Ele funciona tão bem, é tão legal. As pessoas podem dizer que tínhamos um video chat antes, o que fizemos, mas não era nada fácil de usar, e ele não parece bom. Isso é definitivamente uma grande mudança. Nós usamos o Skype, mas para ter isso no maldito celular é insano.
Sobre o setlist do My Chemical Romance no The World Contamination Tour, vocês estão se baseando principalmente no Danger Days ou será mesmo uma mistura entre os 4 álbuns?
Definitivamente, eu diria que mais no Danger Days. Nós não sabemos fazer sábias turnês que ao resto do ano ou próximo ano irá se realizar. Nós estamos realmente excitados a tocar essas músicas, e ainda não ouvi algumas pessoas. É definitivamente, primordialmente, Danger Days, mas há também uma boa mistura de coisas do The Black Parade e algumas músicas que não tocamos do Revenge (Three Cheers for Sweet Revenge) nos últimos anos.Nós temos ainda tocado algumas músicas no nosso álbum de base, Bullets (I Brought You My Bullets, You Brought Me Your Love), que é muito legal. Eu não sei mesmo de onde tivemos esta idéia de origem, mas começamos a tocar a segunda ou terceira música que a banda escreveu, que foi a primeira música que foi gravada realmente chamada "Vampires Will Never Hurt You".Essa é a grande favorita dos fãs, e se você é um grande fã do My Chem, então você irá saber a música, e saber que era algo como nossa primeira introdução aos fãs. Isso foi quando estávamos ainda no 'escuro'.Trouxemos esta canção de volta, e não lembro qual cidade fizemos isso, mas os fãs hardcores piraram. Tocamos esta música de vez em quando, dependendo de como era a noite, e se isso faz o show ficar bom, provavelmente iremos tocar.Outra coisa louca é porque cada álbum é tão diferente, é legal escutar a jovialidade uns com os outros, e eles levam isso a diferentes luzes. É definitivamente um show divertido.
Quando vocês criam a setlist, vocês agrupam músicas do mesmo álbum ou misturam tudo?
Meio que misturamos as coisas. Na turnê The Black Parade estávamos fazendo tipo, tocando o álbum da frente pra trás. Isso foi legal porque você tem que sentir num sentimento ao vivo, algo como dirigir um carro escutando o álbum de frente pra trás.Não que muita gente faça isso provavelmente. Eu espero que as pessoas continuem escutando os álbuns, mas eu nem sei mais. Nós projetamos as gravações de uma certa maneira, e até decidir quantos segundos de silêncio são entre cada música. Eu sentei lá e escutei várias e várias vezes apenas para aparar os milionésimos fora do fim da uma música até a ordem certa pra próxima música. Felizmente, os jovens pegaram essa experiência.
Eu sinto que o My Chemical Romance reune álbuns sólidos que você pode ouvir do início ao fim sem pular faixas.
Pode também, pode. Singles são muito importantes e eu acho que uma boa parte dos singles são como uma propaganda para a banda. Singles são as músicas que pegam mais porque eles tem uma qualidade especial para as pessoas. Eles têm uma certa 'poeira de duende' que entra pelos seus ouvidos, e um monte de gente pode apreciar também.Você escuta um ou dois singles que fazem você necessitar a comprar do álbum, e os fãs de boas músicas irão dizer que eles tem músicas preferidas do álbum, eles curtem mais os singles. É sempre sobre cavar fundo, cavando mais ainda. Estou muito orgulhoso de nós por fazermos isso, e não colocamos uma música ruim no álbum. Não colocamos descartáveis, não podemos foder isso.Eu sei que há bandas, e pessoas lá fora, fazendo isso, e é uma merda. Para mim, essas são as pessoas que matam o álbum, é o que mata o álbum. Um monte de gente fala sobre isso por causa dos downloads, ou iTunes e o 99 cent single, que desempenha o papel, mas a realidade é que as pessoas estão cansadas de pagar dez a quinze dólares por 3 músicas. Este é o problema. Estamos em uma época de música com um monte de bandas fodas, e um monte de artistas do rock que lançaram seus grandes álbuns e estragaram. Eles são alguns dos que arruinaram tudo isso.Você tem de estar no topo do seu jogo o tempo todo, e há um monte de pessoas que não fazem isso. Eles se concentram em 3 ou 4 singles, e colocam eles à frente do álbum. Isso é tão óbvio, e o resto do álbum soa como algo péssimo. Você pode conversar com essas pessoas e eles irão falar algo do tipo de que deram o seu melhor, mas eles são descartáveis. Isso é uma porcaria, isso é o que matou o disco.Estamos fazendo a nossa parte, e colocamos a mesma quantidade de esforço em todos os singles e músicas que vão para o álbum. Nós passamos inúmeras horas trabalhando para ter a certeza de fazer o certo. Não podemos fazer aquilo, não podemos colocar músicas ruins, não vamos fazer isto.
Bandas que criaram álbuns a partir de singles eventualmente chegam a terminar com o passar do tempo. Eu acho que o My Chemical Romance permaneceu popular por tanto tempo porque vocês lançam trabalho de qualidade, e a longo prazo mostram longevidade.
Eu espero. É definitivamente engraçado como a cena musical estava quando começamos com o Revenge. Agora tem sido a diminuição do rebanho, acho que vou chamá-lo assim, e agradecer a Deus também. É engraçado porque não estávamos na melhor das companhias, e muitas vezes não entendíamos o por que fomos aglomerados com [certas] pessoas, mas o que podíamos fazer? Eu acho que no fim de tudo, as verdadeiras coisas aumentaram.
Do Danger Days, musicalmente, qual é a sua canção favorita e liricamente qual a preferida e por que?
Essa é uma pergunta difícil porque eu tenho um monte de favoritos. Musicalmente, "Summertime" é ótimo porque é muito mais leve do que qualquer outra coisa que fizemos antes. Ela é arejada. Essa canção em particular se chama "Summertime" porque é sobre o verão de um de nós, mas também você pode imaginar dirigindo durante o verão com as janelas abertas. Tem um ritmo perfeito para isso."S/C/A/R/E/C/R/O/W" eu sinto como a nossa apunhalada tipo Beatle-esque dos vocais lentos. Tem uma guitarra acústica, há um solo louco lá, e um arranjo louco que continua crescendo e crescendo. Musicalmente, eu tenho muitas favoritas, então é difícil escolher uma.Liricamente, seria definitivamente "Sing". Gerard é um letrista incrível, e ele está consciente das coisas que eu penso ele não estar mesmo ciente. Ele é apenas um cara muito inteligente, que para mim está anos à frente do que está acontecendo no mundo, e o mundo parece sempre acompanhar as coisas que ele escreve. "Sing" é um exemplo perfeito sobre isso. Pense sobre o que está acontecendo no mundo, e leia essas letras. É realmente uma loucura.

 

Créditos | Tradução: MCR Bullet